terça-feira, 23 de maio de 2017

Ar poluído é usado para produzir combustível limpo

Hidrogênio solar


Engenheiros belgas construíram uma célula a combustível que demonstra um conceito virtualmente revolucionário: enquanto retira a poluição do ar, ele produz hidrogênio, um combustível limpo.
E, para que isso aconteça, a célula usa energia da luz do Sol.
Desta forma, atinge-se simultaneamente dois objetivos longamente perseguidos: purificar o ar e gerar um combustível alternativo que, quando queimado, não gera novos poluentes.
"Nós usamos um pequeno dispositivo com duas câmaras separadas por uma membrana. O ar é purificado de um lado, enquanto no outro lado é produzido gás hidrogênio a partir de uma parte dos produtos de degradação, que pode ser armazenado e usado posteriormente como combustível, como já está sendo feito em alguns ônibus a hidrogênio, por exemplo," explicou o professor Sammy Verbruggen, que desenvolveu a célula a combustível juntamente com seus colegas das universidades de Antuérpia e Lovaina.
Célula a combustível solar
O segredo dessa célula a combustível solar está justamente na membrana, feita com nanomateriais funcionais, que funcionam como catalisadores das reações.
"Esses catalisadores são capazes de produzir gás hidrogênio e quebrar a poluição do ar. No passado, essas células foram usadas principalmente para extrair hidrogênio da água. Descobrimos agora que isso também é possível, e de forma ainda mais eficiente, com ar poluído," disse Verbruggen.
Parece ser um processo complexo, mas não é: o aparelho só precisa ser exposto à luz. O uso da luz solar é uma escolha natural, já que os processos fundamentais de construção da tecnologia são semelhantes aos usados nos painéis solares. A diferença é que a eletricidade não é gerada diretamente, como em uma célula solar - enquanto purificam o ar, as reações também produzem energia, que é armazenada na forma do gás hidrogênio.
Aumento de escala
O objetivo da equipe agora é aumentar a eficiência e construir protótipos de teste em maior escala.
"Atualmente estamos trabalhando em uma escala de apenas alguns centímetros quadrados. A seguir, queremos ampliar a nossa tecnologia para tornar o processo aplicável industrialmente. Também estamos trabalhando na melhoria dos nossos materiais para que possamos usar a luz solar de forma mais eficiente para desencadear as reações," disse Verbruggen.

Bibliografia:

Inside Back Cover: Harvesting Hydrogen Gas from Air Pollutants with an Unbiased Gas Phase Photoelectrochemical Cell
Sammy W. Verbruggen, Van Hal, Tom Bosserez, Jan Rongé, Birger Hauchecorne, Johan A. Martens, Silvia Lenaerts
ChemSusChem
Vol.: 10, Issue 7, Page 1640
DOI: 10.1002/cssc.201700485

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Robô mole faz coração bater no ritmo

Robô cardíaco
Os robôs moles parecem ter vindo mesmo para ficar - e eles continuam com a intenção de te agarrar por dentro.
A última inovação é um dispositivo que promete manter o coração batendo no ritmo adequado sem os tradicionais choques dos marcapassos e desfibriladores.
O robô macio envolve o coração e opera imitando o movimento do órgão, torcendo-se ligeiramente e comprimindo em sincronia com o coração, abrindo novas opções de tratamento para pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca grave.
Ellen Roche, da Universidade Nacional da Irlanda, afirma que um dos objetivos desse robô mole é eliminar os riscos associados com os Dispositivos de Assistência Ventricular (DAV), hoje usados para manter a vida de pacientes com insuficiência cardíaca grave que aguardam o transplante.
Segundo ela, esses aparelhos estendem a vida do paciente, mas com alto risco devido ao grande número de complicações, como o risco de coagulação, que exige que os pacientes tomem medicamentos potencialmente perigosos para diluir o sangue.

Robótica mole
Ao contrário dos DAVs, robô - sua função de abraçadeira o torna uma manga ou uma luva robótica - não entra diretamente em contato com o sangue, evitando os riscos de coagulação.
Uma fina camada de silicone usa atuadores pneumáticos colocados ao redor do coração para imitar as camadas musculares externas do órgão. Os atuadores torcem e comprimem a manga, criando um movimento semelhante ao do coração batendo. O dispositivo é ligado a uma bomba externa, que envia ar para alimentar os atuadores.
Uma das vantagens é que a luva pode ser personalizada para cada paciente. Por exemplo, se um paciente tem fraqueza maior no lado esquerdo do coração, os atuadores podem ser ajustados para dar mais assistência nesse lado. A pressão dos atuadores também pode aumentar ou diminuir ao longo do tempo, à medida que a condição do paciente evolui.
"Esta pesquisa demonstra que o crescente campo da robótica mole pode ser aplicado às necessidades clínicas e potencialmente reduzir a carga de doenças cardíacas e melhorar a qualidade de vida para os pacientes," disse Roche.



Bibliografia:
Soft robotic sleeve supports heart function
Ellen T. Roche, Markus A. Horvath, Isaac Wamala, Ali Alazmani, Sang-Eun Song, William Whyte, Zurab Machaidze, Christopher J. Payne, James C. Weaver, Gregory Fishbein, Joseph Kuebler, Nikolay V. Vasilyev, David J. Mooney, Frank A. Pigula, Conor J. Walsh
Science Translational Medicine
Vol.: 9, Issue 373
DOI: 10.1126/scitranslmed.aaf3925

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Microrrobô médico é o primeiro a utilizar movimento ciliar

Microrrobôs médicos
Engenheiros coreanos apresentaram os primeiros protótipos de microrrobôs aquáticos que se movem por movimentos ciliares, inspirados nos movimentos de microrganismos como os paramécios.
Microrrobôs capazes de navegar em meio líquido estão sendo desenvolvidos com o objetivo de navegar pelos fluidos do corpo humano, para efetuar biópsias de forma menos traumática, paraaplicar medicamentos diretamente nos locais onde eles são necessários e para realizar exames.
O movimento ciliar para robôs tem sido teorizado há muito tempo, mas até agora ninguém havia conseguido fazer um protótipo que o utilizasse de forma eficiente.
Aa maioria dos microrrobôs nadadores desenvolvidos até agora precisa que olíquido onde navegam lhes forneça o combustível para seu movimento. Mais recentemente tem havido tentativas de impulsioná-los usando campos de forçaou luz fornecida por endoscópios ou ainda células musculares.
Robô ciliado
Sangwon Kim e seus colegas do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu criaram seus robôs ciliados usando um revestimento de níquel e titânio sobre um polímero fotocurável - que endurece sob ação da luz. Os cílios artificiais foram criados usando uma espécie de litografia a laser.
Cada microrrobô mede 220 micrômetros de comprimento e 60 micrômetros de diâmetro. Isso é bastante grande para os padrões dos microrrobôs, o que traz vantagens e desvantagens: a desvantagem é que ele não conseguirá entrar em vasos sanguíneos muito estreitos, o que pode ser compensado pela vantagem de poder levar uma quantidade de medicamento muito maior.
Para que os cílios se agitem e impulsionem o robô é aplicado externamente um campo magnético assimétrico, para que os cílios se agitem de forma coordenada.
A velocidade máxima alcançada é de 340 micrômetros por segundo, o que é nada menos do que 8,6 vezes mais rápido do que tecnologias magnéticas similares já testadas.
Bibliografia:

Fabrication and Manipulation of Ciliary Microrobots with Non-reciprocal Magnetic Actuation
Sangwon Kim, Seungmin Lee, Jeonghun Lee, Bradley J. Nelson, Li Zhang, Hongsoo Choi
Nature Scientific Reports
Vol.: 6: 30713
DOI: 10.1038/srep30713
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=microrrobo-medico-impulsionado-movimento-ciliar&id=010180160912#.V-sLa4grK00

Tecnologia armazena energia solar para noite inteira


Armazenamento de energia limpa
Um novo sistema de armazenamento térmico de energia consegue converter a energia solar coletada durante o dia e armazená-la com uma eficiência que garante o abastecimento contínuo por um período de 8 a 12 horas.
Ainda que muito progresso venha sendo feito recentemente noarmazenamento das fontes limpas de energia - para lidar com os problemas de intermitência das fontes eólica e solar, principalmente - esta nova tecnologia é nada menos do que 20 vezes melhor do que os sistemas termais apresentados até agora.
O sistema é baseado em uma bateria de fluxo, que usa a energia solar para fundir um material de mudança de fase, armazenando a energia, que é liberada quando necessário mediante a re-solidificação do material.
Sal com grafite
A chave para a melhoria foi mesclar um material de mudança de fase de baixo custo - o cloreto de sódio, ou sal de cozinha - com espumas de grafite de alta porosidade e elevada condução elétrica.
A espuma de grafite aprisiona o sal em seus poros, facilitando e tornando mais rápida a fusão e a solidificação. A equipe demonstrou que esta alteração de fase se dá de forma sustentável ao longo do tempo.
Esta combinação reduziu a quantidade total de material necessário para construir o sistema e, por decorrência, seu custo. Ao mesmo tempo, a transferência de energia térmica tornou-se significativamente mais eficiente, proporcionando de 8 a 12 horas de armazenamento de energia - uma noite típica de armazenamento para uma usina de energia termossolar, por exemplo.
Usina modular
O próximo passo do projeto será construir uma planta-piloto 50 vezes maior do que o protótipo em escala de laboratório testado agora.
"Nós estamos planejando desenvolver uma usina em escala industrial na forma de um sistema modular, de forma que o sistema em escala piloto que estamos construindo poderá de fato ser usado como um módulo para um sistema em escala total, que será formado por muitos módulos empilhados ou dispostos em conjunto," disse o professor Wenhua Yu, do Laboratório Nacional Argonne, nos EUA.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tecnologia-armazena-energia-solar-noite-inteira&id=010115160923#.V-sJrIgrK00

terça-feira, 31 de março de 2015

Lente de contato telescópica faz zoom de 2,8 vezes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/02/2015
Lente de contato com zoom
O telescópio foi montado em uma lente de contato rígida. [Imagem: Eric Tremblay/Joe Ford/EPFL]
Lente de contato com zoom

Ainda não é a "super-visão" do Super Homem, mas já é possível ajustar o zoom de uma lente de contato até uma aproximação de 2,8 vezes.
Além da lente de contato com zoom, pesquisadores suíços criaram óculos com sensores que permitem que a aproximação da visão possa ser controlada apenas com uma piscadela especial - os óculos não se deixam enganar pelo piscar normal dos olhos.
"Acreditamos que essas lentes são muito promissoras para pessoas com baixa visão e com degeneração macular relacionada à idade," disse Eric Tremblay, da Escola Politécnica Federal de Lausanne.
A lente de contato com zoom incorpora um minúsculo telescópio reflexivo no interior de uma membrana de apenas 1,55 milímetro de espessura. Minúsculos espelhos manipulam a luz para expandir o tamanho percebido dos objetos e obter uma ampliação que pode chegar a 2,8 vezes.
O telescópio foi montado em uma lente rígida, conhecida como lente escleral, que tem um diâmetro maior do que as lentes flexíveis mais comuns, e são usadas em casos especiais, como pacientes com córneas de formato irregular. Como são rígidas, as lentes esclerais representam uma plataforma atraente para a incorporação de outras tecnologias, incluindo sensores e eletrônicos, diz Tremblay.
Um dos grandes desafios foi manter a lente porosa, uma vez que o olho precisa respirar. A permeabilidade da lente-telescópio foi obtida com pequenos canais de 0,1 mm, que permitem que o oxigênio do ar flua por baixo de toda a lente e atinja toda a extensão da córnea.
Lente de contato telescópica faz zoom de 2,8 vezes
O zoom das lentes de contato é controlado piscando os olhos, graças a um aparato eletrônico montado em óculos. [Imagem: Eric Tremblay/Joe Ford/EPFL]
Óculos controlados pelo olhar
A equipe também desenvolveu uma técnica para controlar eletronicamente as lentes, permitindo que a pessoa altere entre visão normal, sem qualquer aumento, uma ampliação corretiva e a "visão telescópica".
O sistema, constituído por um pequeno LED e um fotodetector, foi montado em uma armação de óculos. Ao piscar o olho direito, o usuário aumenta o zoom, diminuindo-o com uma piscada do olho esquerdo. O sistema é sensível o suficiente para não ser afetado pelo piscar normal dos olhos.
Já existem no mercado óculos com pequenos telescópios, voltados para pacientes com degeneração macular, mas eles são grandes e não são ajustáveis, exigindo que a pessoa movimente a cabeça para encontrar o ponto ideal de visão.
"É muito importante e difícil encontrar um equilíbrio entre a função e os custos sociais de usar qualquer tipo de dispositivo visual volumoso. Há uma forte necessidade de algo mais integrado, e uma lente de contato é uma direção atraente. Neste momento, [os protótipos] estão apenas em estágio de pesquisa, mas estamos esperançosos de que acabarão por se tornar uma opção real para pessoas com degeneração macular," disse Tremblay.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=lente-contato-com-zoom&id=010180150223

sexta-feira, 27 de março de 2015

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segunda-feira, 23 de março de 2015

Brasil constrói segunda maior câmera astronômica do mundo

Câmeras astronômicas
Com informações da Agência Fapesp - 23/03/2015
Brasil constrói segunda maior câmera astronômica do mundo
Projeto conceitual da JPCam. [Imagem: Fernando Santoro/J-PAS]

Nos próximos meses, o Observatório Astronômico de Javalambre (OAJ), na região de Aragão, na Espanha, iniciará um mapeamento do Universo observável a partir do hemisfério Norte durante quatro anos, com o objetivo de produzir um mapa tridimensional com centenas de milhões de galáxias, compreendendo um quinto de todo o céu do planeta.
Para isso, serão utilizados dois telescópios com grande campo de visão, sendo um menor - com espelho de 80 centímetros de diâmetro e uma câmera de 85 megapixels (milhões de pixels) acoplada - e um telescópio principal, com espelho de 2,5 metros de diâmetro, equipado com uma câmera de 1,2 gigapixel (bilhão de pixels), com capacidade de produzir imagens em 59 cores de cada estrela, galáxia, quasar, supernova e objeto do sistema solar observado.
Batizada de JPCam, a câmera óptica de 1,2 gigapixel será a segunda maior no mundo para uso em astronomia.
E uma grande equipe de pesquisadores brasileiros está diretamente envolvida no projeto e construção da JPCam.
Brasil constrói segunda maior câmera astronômica do mundo
Subsistema contendo os sensores CCD de captura das imagens. [Imagem: e2v]
JPCam
Tanto a JPCam como a câmera de 85 megapixels estão sendo construídas com a participação de pesquisadores brasileiros no âmbito do projeto "O Universo em 3D: astrofísica com grandes levantamentos de galáxias", apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O observatório e os telescópios foram financiados pelo governo da Espanha, e o Brasil se responsabilizou pela construção das câmeras.
Os pesquisadores brasileiros são responsáveis pela parte mecânica da câmera, incluindo um dispositivo que controlará a entrada de luz e as bandejas de filtros de imagem de 14 detectores. O subsistema óptico do instrumento será construído por uma empresa inglesa contratada pela colaboração astronômica, que tem a participação de universidades e instituições de pesquisa do Brasil e da Espanha.
"A JPCam possibilitará produzir imagens em 59 cores de quase cada pixel do céu observado, o que é algo absolutamente novo", explica Laerte Sodré Júnior, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) e coordenador do projeto.
"Existem instrumentos astronômicos que fazem isso, mas em uma região minúscula do céu e não com a quantidade de filtros de imagem que a JPCam terá. Com isso, será possível abrir uma nova janela na Astronomia", disse Sodré.
Brasil constrói segunda maior câmera astronômica do mundo
Sistema para inserção dos filtros sobre os sensores, para captura de diversos comprimentos de onda. [Imagem: K.Taylor et al. (2013)]
Cerro Tololo
Outro grupo de pesquisadores do IAG-USP, em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Observatório Nacional (ON) e o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), está desenvolvendo outra câmera de 85 megapixels que será acoplada a um novo telescópio, com espelho de 87 centímetros de diâmetro, que está sendo instalado no Observatório Internacional de Cerro Tololo, no Chile.
O telescópio de Cerro Tololo mapeará durante três a quatro anos o Universo observável no hemisfério Sul e completará as observações realizadas pelo telescópio menor do Observatório Astronômico de Javalambre.
Com isso, será possível observar mais um sétimo de todo o céu, cobrindo toda a região visível do espectro eletromagnético.
Maiores câmeras de telescópios
A maior câmera astronômica em operação tem 1,4 gigapixel e está instalada no telescópio Pan-STARRS (Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System), da Universidade do Havaí.
Há uma câmera ainda maior em construção, com capacidade de 3,2 gigapixels, que será utilizada no LSST (Large Synoptic Survey Telescope), mas com previsão para entrar em operação em 2022, no Chile.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasil-constroi-segunda-maior-camera-astronomica-mundo&id=010110150323#.VRBDw_nF91Y