segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Máquinas do tempo do futuro podem ser detectadas hoje!!

Paradoxo do avô

As viagens no tempo não são descartadas pela relatividade geral, embora possam criar problemas para as leis do senso comum.

Agora, uma equipe de físicos está propondo um novo modo de verificar a possibilidade ou a impossibilidade de estados quânticos que viajam para a frente e para trás no tempo.

O novo critério automaticamente desautoriza versões quânticas do "paradoxo do avô", segundo o qual uma pessoa viaja de volta no tempo e mata seu antecessor, garantindo assim a sua própria morte.

A equipe também realizou um experimento que ilustra o mecanismo de anulamento desse paradoxo.

Loops temporais

A relatividade geral, a teoria de Einstein do espaço e do tempo, permite a existência de loops temporais, as chamadas curvas temporais fechadas (CTCs na sigla em inglês: closed timelike curve) - rotas que avançam no tempo e, em seguida, voltam novamente para reconectar-se e formar circuitos fechados, também conhecidas como linhas lorentzianas do tempo.

Embora ainda não esteja claro se as CTCs podem ser criadas, os físicos têm explorado suas possíveis consequências, incluindo a sua influência na mecânica quântica.

Um evento quântico comum pode envolver duas partículas que se movem para frente no tempo, alterando-se mutuamente ao interagir em algum momento e, então, seguem caminhos separados rumo ao futuro.

No entanto, se uma das partículas, seguindo seu próprio futuro, entrar em uma CTC, ela pode voltar e reassumir sua posição como uma das partículas anteriores à interação - influenciando assim a sua própria transformação.

Estados quânticos

Em 1991, o físico David Deutsch, da Universidade de Oxford, propôs uma condição de consistência para evitar paradoxos nas viagens no tempo: uma partícula que volta no tempo desta forma, ao reaparecer no passado imediato à interação, deverá estar no mesmo estado quântico que estava quando partiu da interação para o futuro.

Para ver como essa condição funciona, imagine uma partícula quântica tendo estados chamados 0 e 1. Ela viaja em uma CTC e, em seu retorno, interage com uma partícula "externa" de tal forma que o 0 se torna 1 e o 1 se torna 0.

Tal partícula apresenta o paradoxo quântico do avô: quando ela volta pelo circuito, ela altera seu antigo "self" para o estado oposto.

No entanto, Deutsch mostrou que é possível alcançar a consistência se a partícula estiver em uma superposição- um estado que tem simultaneamente os dois valores, 0 e 1.

A interação altera o 0 em 1, mas o estado geral mantém-se inalterado. Para que isso funcione, a partícula externa também deve estar em uma superposição.

Universos paralelos

O paradoxo é evitado, mas o problema reaparece se a partícula externa for medida.

Nesse momento ela não poderá continuar em seu estado de superposição, devendo tornar-se definitivamente 0 ou 1 - o que significa que a partícula na CTC também não poderá permanecer em uma superposição.

Para preservar a coerência, Deutsch argumentou que a partícula CTC deve existir em dois universos paralelos - um "universo 0" e um "universo 1" - e continuamente alternar entre esses dois universos, de modo que nenhuma contradição ocorra em qualquer um deles.

Lorenzo Maccone e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, e da Universidade de Pavia, na Itália, propõem uma condição mais rigorosa que evita essas dificuldades.



A equipe descobriu que somente os fótons que não geram os paradoxos passaram incólumes pelo experimento. Impossibilidade de alterar o passado

Eles exigem que qualquer medição da partícula que está indo para o futuro produza o mesmo resultado gerado em sua medição quando ela retornar do passado.

Assim, não se permite qualquer estado que possa alterar o passado quando ela voltar no tempo, impedindo o surgimento do paradoxo do avô.

Talvez de forma surpreendentemente, Maccone afirma que "nós ainda podemos ter CTCs mesmo com essa condição forte."

De antemão, somente podem existir estados que evitem os paradoxos após a interação - por isso a equipe chama sua condição de "pós-seleção."

Simulação da viagem no tempo

Para demonstrar essas ideias, a equipe realizou um experimento com fótons, mostrando que a condição de consistência de fato escolhe estados específicos e destrói todos os demais.

Por falta de uma CTC real para realizar a pós-seleção, a equipe criou fótons em um estado quântico específico para a entrada, um estado onde a polarização não era conhecida e nem medida, mas tinha uma correlação com outra propriedade, associada com a trajetória do fóton.

Conforme o fóton atravessava o experimento, ele passou por mudanças que imitam a alternância de 0 para 1 que ocorre no imaginado arranjo da viagem no tempo.

A equipe descobriu que somente os fótons que não geram os paradoxos passaram incólumes pelo experimento.

Embora o resultado esteja de acordo com o esperado, ninguém havia simulado a viagem no tempo desta forma antes.

Detecção de futuras máquinas do tempo

Uma consequência estranha da pós-seleção é que, como a presença de um CTC anula completamente os estados paradoxais, ela pode impedir alguns estados que hoje parecem inócuos, mas que podem ter consequências inaceitáveis no futuro.

"Em princípio, pode-se detectar a existência futura de máquinas do tempo procurando-se por desvios atuais nas previsões da mecânica quântica," afirma Todd Brun, da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles.

Embora, segundo ele, seja difícil saber de antemão o que exatamente se deve medir em busca de tais desvios.


Viagem no tempo derrota a Mecânica Quântica

Bibliografia:

Closed Timelike Curves via Postselection: Theory and Experimental Test of Consistency
Seth Lloyd, Lorenzo Maccone, Raul Garcia-Patron, Vittorio Giovannetti, Yutaka Shikano, Stefano Pirandola, Lee A. Rozema, Ardavan Darabi, Yasaman Soudagar, Lynden K. Shalm, Aephraim M. Steinberg
Physical Review Letters
28 January 2011
Vol.: 106, 040403
DOI: 10.1103/PhysRevLett.106.040403

Quantum mechanics near closed timelike lines
David Deutsch
Physical Review D
15 November 1991
Vol.: 44, 3197-3217 (1991)
DOI: 10.1103/PhysRevD.44.3197

Óculos eletrônicos usam lente de cristal líquido!!

A revolução dos óculos


Em 2009, um pesquisador da Universidade de Oxford, na Inglaterra, apresentou uma espécie de óculos universal.A ideia de nunca mais precisar trocar as lentes é tentadora. Mas o protótipo é esquisito, para dizer o mínimo, e exige nada menos do que uma seringa para que o grau seja ajustado.
A ideia do Dr. Ronald Blum parece estar mais alinhada com o estado da arte da tecnologia. Mas que ninguém se engane: a ideia está sendo desenvolvida há 12 anos, segundo ele.
Finalmente, o oftalmologista empresário está colocando no mercado os seus óculos eletrônicos, batizados de emPower.

Óculos eletrônicos

O objetivo dos óculos eletrônicos é um pouco menos ambicioso do que o dos óculos universais alimentados a seringa d'água: eles visam substituir os óculos bifocais ou multifocais.
O efeito é o mesmo, com a diferença de que a pessoa pode ligar e desligar a porção da lente ajustada para a visão de perto, deixando todo o campo de visão livre quando se quer olhar para longe.
As lentes são fabricadas com uma camada interna de cristal líquido, o mesmo material usado nas telas de computadores e TVs. Essa camada está restrita à área onde normalmente fica a lente para visão de perto.
O cristal líquido é controlado por um circuito eletrônico miniaturizado, inserido dentro da armação dos óculos. Na superfície da armação, um sensor de toque funciona como chave liga-desliga do cristal líquido.
No modo automático, acelerômetros detectam quando a pessoa inclina a cabeça, ajustando automaticamente o foco para visão de perto. [Imagem: PixelOptics]Quando o usuário quer ler ou enxergar algo muito próximo, ele toca na lateral dos óculos e o circuito eletrônico envia uma corrente elétrica que muda a orientação das moléculas de cristal líquido.
Esse ajuste do cristal líquido muda a forma como a lente refrata a luz - exatamente o mesmo que se faz ao variar a espessura das lentes comuns para dar-lhes o seu grau.

Óculos automáticos

Mas tudo isso pode ser feito automaticamente. Como um bom equipamento eletrônico de última geração, o emPower possui acelerômetros que detectam quando a pessoa inclina a cabeça, ajustando automaticamente o foco para visão de perto.
As lentes eletrônicas serão fabricadas pela Panasonic, e os óculos eletrônicos serão vendidos pela empresa do Dr. Blum, a PixelOptics.
Os preços deverão variar entre US$1.000 e US$1.200, segundo a empresa, para o conjunto completo, incluindo o carregador das baterias internas dos óculos - cada carga, garante Blum, dura de dois a três dias, dependendo do uso.
Segundo a empresa, não há previsão de venda dos óculos eletrônicos no Brasil.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Microrrobôs voadores não precisam imitar complexidade do voo dos insetos

Veículos aéreos autônomos

No futuro, minúsculos veículos aéreos autônomos serão capazes de voar através de fissuras no concreto para procurar vítimas de terremotos, monitorar áreas contaminadas ou edifícios em risco de colapso.
Mas, no presente, o problema ainda está em projetar o melhor mecanismo que faça essas micromáquinas capazes de voar de forma eficiente.
Pequenos robôs voadores que imitam o bater de asas dos insetos ou dos pássaros têm sido a escolha preferida dos pesquisadores.
O problema é que eles geralmente exigem uma combinação complexa de movimentos para que suas asas lhes deem sustentação e capacidade de manobra.
E mecanismos complicados resultam em maior peso, menor autonomia das baterias e menor autonomia.

Linha experimentalista

O Dr. Robert Wood, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acredita que a saída é testar inúmeras combinações de asas e técnicas de movimento.
Wood e sua equipe estão tentando entender como o design das asas pode afetar o desempenho de um microveículo voador do tamanho de um inseto.
"A grande ênfase do nosso programa é o lado experimental do trabalho," afirma Wood. "Nós temos capacidades únicas para criar, operar e visualizar asas nas escalas e frequências de insetos reais."
O grupo está construindo asas e colocando-as para bater em altas frequências, recriando trajetórias similares às que os insetos fazem ao voar.
Durante os testes, equipamentos especiais medem vários componentes de força, permitindo a visualização dos fluxos de ar em torno das asas batendo a mais de 100 vezes por segundo.
As simulações concluíram que uma asa simples (em verde), batendo segundo um movimento senoidal, pode ser a melhor opção para dar sustentação aos microaviões robóticos. Os glóbulos em vermelho e azul mostram os fluxos de ar gerados durante o movimento.


Já Alexander Alexeev e Hassan Masoud, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, também nos Estados Unidos, acreditam que o melhor enfoque é estudar a teoria dos movimentos, para só depois partir para a prática.
A dupla usou simulações tridimensionais, feitas em computador, para examinar a sustentação e a aerodinâmica geradas pelo bater de asas flexíveis.
Ao bater as asas, os insetos conseguem uma capacidade de manobra e uma agilidade incomparáveis. Mas o fato é que a física associada com o bater das asas ainda não é totalmente compreendida, sobretudo em escalas muito pequenas.
"Quando você deseja criar veículos cada vez menores, a aerodinâmica muda muito e a modelagem se torna importante," defende Alexeev.
De forma surpreendente, suas simulações concluíram que os mecanismos complicados, que têm dificultado a construção dos insetos robóticos, talvez não sejam necessários.
Eles descobriram que a melhor alternativa é também a mais simples: um simples bater de asas oscilante, sem nenhum movimento adicional.
"Nós descobrimos que o bater de asas simples para cima e para baixo, na frequência de ressonância, é mais fácil de implementar e gera uma sustentação comparável à dos insetos alados, que usam um bater de asas significativamente mais complexo," afirma Alexeev.
Talvez os dois grupos tenham razão em suas abordagens individuais, já que o próximo passo natural depois da simulação é testar o conceito na prática.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=microrrobos-voadores-voo-insetos&id=010180110106