quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Guerra cibernética deixa de ser ficção e chega à internet

BBC - 18/11/2009

Hackers políticos


A guerra cibernética deixou de ser ficção e se tornou realidade, segundo um relatório da empresa de segurança em informática McAfee.

O documento baseia suas conclusões em análises de ataques recentes ocorridos na rede e sugere que vários deles tiveram motivações políticas explícitas.

Segundo o relatório, muitas nações estão nesse momento se armando para se defender e para conduzir seus próprios ataques em uma guerra cibernética - entre elas, Grã-Bretanha, China, França, Coreia do Norte e Alemanha.

O estudo prevê um futuro em que conflitos sejam travados parcialmente na internet.

Guerra no Iraque

Não há uma definição clara do que seja uma guerra cibernética, mas os especialistas dizem que entre os prováveis alvos dos ataques estão a infraestrutura de um país, como a rede elétrica ou os suprimentos de água.

Sabe-se, por exemplo, que os Estados Unidos têm um manual de operações que estabelece as regras e procedimentos para o uso de táticas de guerra cibernética.

O país teria usado ataques de hackers em conjunto com operações de terra durante a guerra no Iraque e continua a usar recursos cibernéticos para policiar a nação.

Download de armas

O analista de segurança da McAfee na Europa, Greg Day, disse que há evidências de que vários ataques feitos nos últimos tempos poderiam ser classificados como missões de "reconhecimento" para conflitos futuros.

A facilidade com que os instrumentos usados nesses ataques podem ser acessados preocupa o analista.

"Fazer uma guerra física requer bilhões de dólares", disse Day. "No caso de uma guerra cibernética, a maioria das pessoas pode encontrar recursos para esse tipo de ataque com facilidade".

Redes estratégicas de infraestrutura

Na maioria dos países desenvolvidos, serviços básicos como transportes, finanças, distribuição de energia e telecomunicações estão conectados à rede e, segundo o relatório, não estão protegidos adequadamente.

"Em resposta a isso, muitas nações possuem hoje agências encarregadas de cuidar de redes estratégicas de infraestrutura e assegurar que estão protegidas contra ataques originados na rede", disse o analista.

E como medida de segurança, as nações podem vir a pedir que empresas de telecomunicação façam checagens na rede para detectar programas malignos antes que um ataque ocorra.

A questão é polêmica porque envolve os direitos à privacidade.

O relatório da McAfee cita o caso do Brasil, onde está em discussão um projeto de lei que propõe que os provedores de internet mantenham registros de todo o tráfego na rede por um período de até três anos.

Segundo o relatório, legislações desse tipo já estão em vigor em alguns países.

Motivação dos ataques

O diretor de tecnologia da empresa Veracode, Chris Wysopal, que trabalha com consultoria para governos sobre segurança em informática, disse que na guerra cibernética é mais difícil encontrar as causas de um ataque e identificar seus autores.

"Em guerras físicas é bem claro quem tem quais armas e como estão sendo usadas", disse. "No mundo da rede essa atribuição é incrivelmente difícil".

O mesmo vale para o crime cibernético, ele disse. Seguir o rastro do dinheiro pode levar os investigadores a um bando de ladrões.

"Se é alguém roubando informações ou implantando bombas lógicas, é muito mais difícil encontrá-lo", disse Wysopal.

O especialista disse que muitos governos se conscientizaram do perigo e estão criando sistemas de proteção.

"O problema é que governos trabalham com escalas de tempo de muitos anos", disse Wysopal. "Criminosos atuam em questão de meses".

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=guerra-cibernetica-deixa-ficcao-chega-internet&id=010150091118

Google anuncia pesquisas com computador quântico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/12/2009


Controvérsia quântica

Quando a empresa canadense D-Wave, então desconhecida e classificada como "emergente", anunciou ter construído um processador quântico usando quase a mesma tecnologia dos processadores convencionais, quase ninguém acreditou.

A notícia ganhou a imprensa em 2007, mas físicos do mundo todo se apressaram em afirmar que um processador quântico usando qubits codificados magneticamente em loops supercondutores estava em algum ponto numa escala que ia de uma impossibilidade a um engodo.

Endosso quântico

Parece que o Google não levou muito a sério o parecer dos consultores científicos. Neste sábado, a empresa causou surpresa ao anunciar que não apenas está investindo na computação quântica da D-Wave, como já alcançou os primeiros resultados práticos.

De acordo com Hartmut Neven, escrevendo no blog de pesquisas da empresa, o Google vem investindo silenciosamente na computação quântica há três anos, usando o novo chip híbrido da D-Wave - portanto desde antes de sua apresentação pública. Segundo a D-Wave, seu chip efetua processamento quântico, mas também é capaz de processar bits normais sequencialmente.

A pesquisa usando o novo processador está voltada para a busca em imagens, mais especificamente, encontrar objetos em uma base de dados de figuras, fotos e vídeos.

Tipos de processadores quânticos

O programa está longe de ser disponibilizado para buscas online, mas um aplicativo real - atualmente capaz de encontrar carros em fotos - está anos-luz à frente do processador quântico programável que rodou pela primeira vez há poucos dias.

Mas a comparação precisa de muitas ressalvas. O fato é que os dois "hardwares" não são diretamente comparáveis. O processador quântico universal, anunciado na semana passada, pertence à classe dos processadores quânticos "puros" - no sentido de que se baseia nos fundamentos tidos pela grande maioria da comunidade científica como os mais promissores para a realização prática na computação quântica, nomeadamente, nos qubits de átomos artificiais, isolados em armadilhas magnéticas.

Já o chip da D-Wave, embora anunciado pela empresa como um processador quântico, continua dividindo as opiniões na comunidade científica. Segundo o próprio Neven, os cientistas ainda estão tentando caracterizar o pretenso chip quântico.

"Infelizmente, não é fácil demonstrar que um sistema de múltiplos qubits, como o chip da D-Wave, apresenta de fato o comportamento quântico alegado e os físicos experimentais de várias instituições continuam tentando caracterizar o chip," escreve ele.

Busca quântica por imagens

O fato é que o Google não parece muito impressionado com essas discussões acadêmicas. Na prática, o chip da D-Wave, quântico ou não, está permitindo que a empresa experimente com uma tecnologia de buscas que opera em uma velocidade que não é atingível com as nuvens de computadores eletrônicos atuais.

Usando uma base de dados de 20.000 fotos com cenas urbanas, metade contendo imagens de carros e metade não, os pesquisadores usaram o chamado algoritmo quântico adiabático, desenvolvido por Edward Farhi, do MIT, para treinar o sistema quântico para que ele pudesse reconhecer o que era um carro.

A seguir, o algoritmo rodou contra um segundo conjunto de 20.000 fotos e deu a resposta num tempo menor do que qualquer computador existente hoje nos data-centers do Google.

"Ainda há muitas questões em aberto, mas em nossos experimentos nós observamos que esse detector tem desempenho melhor do que aqueles [algoritmos] que treinamos usando soluções clássicas rodando nos computadores que temos em nossos data centers hoje," escreve Neven.

Computadores clássicos, quânticos e outros

Os computadores atuais, que já começam a ser chamados de computadores clássicos, usam a chamada arquitetura von Neumann, nos quais os dados são processados de forma sequencial, conforme regras definidas em um programa. Para acelerar o processamento, o programa deve ser rodado em paralelo, usando vários processadores.

Já os computadores quânticos prometem um processamento muito mais rápido, usando um fenômeno chamado superposição quântica. Uma partícula - um íon, um elétron ou um fóton - pode estar em dois estados diferentes ao mesmo tempo. Enquanto um bit clássico pode ser 0 ou 1, um qubit pode ser as duas coisas ao mesmo tempo.

Uma outra arquitetura, chamada "sinaptrônica", foi recentemente apresentada por pesquisadores ligados à IBM.

Milagres da computação quântica

"Muitos dos serviços que oferecemos hoje dependem de sofisticadas tecnologias de inteligência artificial, como o aprendizado de máquina ou o reconhecimento de padrões. Ocorre que resolver os mais difíceis desses problemas exige fazendas de servidores tão grandes que nunca poderão ser construídas," diz Neven, justificando o interesse de sua empresa em uma tecnologia tão inovadora quanto a comutação quântica.

Se a solução não pode ser encontrada em empilhar mais e mais servidores, até chegar literalmente às nuvens de computação, computadores baseados nas complicadas e quase sempre estranhas propriedades da mecânica quântica podem ser a salvação.

Neven exemplifica o funcionamento dos computadores citando os ganhos obtidos com os algoritmos que estão sendo desenvolvidos e que serviram de base para o programa localizador de carros.

Imagine um grande móvel, com um milhão de gavetas. Dentro de uma delas, há uma bola escondida. Quantas gavetas você terá que abrir para encontrar a bola?

Algumas vezes, muito poucas vezes, você poderá ter sorte e achar a bola nas primeiras tentativas. Noutras, porém, terá que abrir praticamente todas. Na média, você terá que abrir 500.000 gavetas até achar a bola.

Mas um computador quântico, com seus entrelaçamentos e superposições, achará a bola, em média, olhando em 1.000 gavetas. Se é difícil entender como isso é possível, o fato é que o novo processador oferece os resultados cerca de 50.000 vezes mais rápido. Os três anos de dedicação dos dos computadores eletrônicos atuais é algo que ainda merecerá muitas discussões. Mas que a D-Wave pegou uma nova onda com o suporte do Google, disso ninguém duvida.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=google-anuncia-pesquisas-computador-quantico&id=010150091214&ebol=sim

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Astrônomos encontram estrela 35 vezes mais quente que o Sol

Astrônomos da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, descobriram uma das estrelas mais quentes da galáxia, com uma temperatura 35 vezes maior do que a temperatura do Sol.

Segundo os cientistas, esta é a primeira vez que a estrela, que fica na Nebulosa do Inseto, foi observada e retratada. A sua temperatura é superior a 200 mil graus Celsius.

"Esta estrela foi muito difícil de ser encontrada porque ela está escondida atrás de uma nuvem de poeira e gelo no meio da nebulosa", disse o professor Albert Zijlstra, da Universidade de Manchester.

Futuro do Sol

De acordo com o pesquisador, nebulosas planetárias como a do Inseto se formam quando estrelas que estão morrendo ejetam gás no espaço.

"Nosso Sol vai fazer isso em cerca de cinco bilhões de anos. A Nebulosa do Inseto, que está a cerca de 35 mil anos-luz [da Terra,] na constelação de Escorpião, é uma das nebulosas planetárias mais espetaculares."

"Nós fomos extremamente sortudos que tivemos a oportunidade para capturar esta estrela próximo ao seu ponto mais quente. De agora em diante ela vai se resfriar na medida em que vai morrendo", disse o autor do artigo, Cezary Szyszka, que trabalha no European Southern Observatory.

Mecanismo desconhecido

Zijlstra e sua equipe usaram o telescópio Hubble para encontrar a estrela. Em setembro, o telescópio foi reformado, com a instalação de mais uma câmera.

As imagens capturadas pelo Hubble serão publicadas na próxima semana na revista científica Astrophysical Journal.

"Este é um objeto verdadeiramente excepcional."

Segundo o cientista Tim O'Brein, da Universidade de Manchester, ainda não se sabe como uma estrela do tipo ejeta sua massa para formação de nebulosas.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=estrela-35-vezes-mais-quente-sol&id=010175091203&ebol=sim

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Eletricidade sem fios pode ser realidade em breve

Publicada em: 08/09/2009

Aparelhos eletrônicos como telefones celulares e laptops podem começar a se libertar de seus carregadores com fio já a partir do próximo ano, segundo afirma um executivo da WiTricity, empresa que promete lançar no mercado em breve uma nova tecnologia de eletricidade sem fio.
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Eric Giler, executivo da WiTricity, explicou, em declarações para a rede CNN, que o sistema de eletricidade sem fio ainda precisa ser aperfeiçoado, mas deve estar disponível comercialmente muito em breve, talvez já no ano que vem.
"Daqui a cinco anos, isto vai parecer completamente normal", afirmou Giler, em referência ao fato de que este sistema poderá substituir carregadores com fios elétricos e pilhas descartáveis.
O sistema da Witricity, empresa ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, converte a eletricidade em um campo magnético que navega pelo ar em uma determinada frequência.
Giler também afirmou que o sistema poderá tornar atrativos os carros elétricos, que "são maravilhosos, mas ninguém quer realmente ligá-los na corrente elétrica".
Idéias sobre eletricidade sem fio vêm sendo desenvolvidas há mais de um século. Em 1890, Nikola Tesla já tentou criar sistemas de envio de eletricidade sem fio. Mas, até hoje, nenhum foi considerado seguro e barato o suficiente para ser produzido em nível comercial.
Existem algumas tecnologias do tipo à venda, mas todas com alguma limitação.
A tecnologia do grupo de pesquisas de Giler é chamada "ressonância magneticamente acoplada" e consiste, basicamente, em enviar para o ar um campo magnético com uma frequencia específica que pode ser captada por um telefone ou aparelho de televisão autorizado, que poderá transformá-lo em eletricidade.
Giler também defende que o preço dos aparelhos não deve aumentar muito devido à tecnologia de eletricidade sem fio. Para ele, a maior barreira para a adoção desta tecnologia é o fato que as pessoas não estão familiarizadas com a ideia.

Fonte: Redação Terra