quinta-feira, 15 de abril de 2010

Europa quer substituir carros por sistema de transporte aéreo pessoal

Transporte aéreo pessoal


A ideia de um meio de transporte aéreo pessoal é antiga, englobando conceitos de carros voadores e aviões pessoais até aparatos exóticos, como diversos tipos de mochilas voadoras, que nunca saíram da categoria de curiosidades.
Mas isso talvez agora possa mudar. O centro de pesquisas da União Europeia, um organismo multinacional que congrega os melhores cérebro do velho continente, decidiu apoiar um projeto chamado Sistema de Transporte Aéreo Pessoal, que adotou a sigla PPlane.
O consórcio, que recebeu um financiamento de €4,4 milhões, é liderado pela francesa Onera e inclui universidades e institutos de pesquisas de 11 países europeus.

Veículo aéreo

O objetivo do projeto é ambicioso: "um novo paradigma para o transporte aéreo, destinado a diminuir os congestionamentos e revolucionar o conceito de viagens."
Como um carro privado, o veículo aéreo PPlane pessoal deverá oferecer os benefícios da velocidade e da eficiência que só são possíveis quando o passageiro tem o veículo à sua inteira disposição para ir diretamente da origem ao destino, sem precisar dirigir-se a estações.
A proposta coloca ênfase no design ambientalmente responsável, incluindo baixos níveis de ruído e redução das emissões de gases, sistema de propulsão ecológico e eficiência energética.

Tirar carros de circulação

O maior objetivo a longo prazo é tirar carros de circulação, oferecendo em troca o conforto de uma viagem mais rápida, de um lado, e a sustentabilidade ambiental de outro.

"Os objetivos ambiciosos foram estabelecidos para proporcionar reduções drásticas de ruídos e emissões, um aumento significativo da eficiência de combustível, um nível de segurança comparável ao dos aviões convencionais e baixo custo," afirma José M. Martin Hernandez, coordenador do projeto.
O projeto PPlane tem três anos para apresentar seus resultados.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=substituir-carros-sistema-transporte-aereo-pessoal&id=010170100309

Engenheiros transformam ruido em visão

Uma nova técnica capaz de criar imagens nítidas de objetos escondidos poderá um dia permitir que os pilotos enxerguem além da neblina e os médicos vejam mais precisamente o interior do corpo humano sem a necessidade de uma cirurgia.
Desenvolvido por engenheiros da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, o método baseia-se na surpreendente possibilidade de aumentar a nitidez de uma imagem usando os mesmos raios de luz que normalmente borram a imagem, fazendo-a ficar irreconhecível.

Interação entre ruído e sinal

"Normalmente, o ruído é considerado uma coisa ruim," afirma Jason Fleischer, um dos criadores da nova técnica. "Mas às vezes o ruído e o sinal podem interagir, e a energia do ruído pode ser usada para amplificar o sinal. Para sinais fracos, como imagens distantes ou muito escuras, na verdade a adição de ruído pode melhorar a sua qualidade."
Para demonstrar isto, os pesquisadores restauraram uma imagem obscurecida em um padrão claro de números e linhas. O processo equivale a melhorar a recepção de TV usando a parte do sinal de transmissão que dá o chiado ou a interferência às imagens.
A capacidade de amplificar sinais dessa forma pode ser utilizada para melhorar uma ampla gama de tecnologias baseadas na transmissão de sinais, incluindo os ultrassons que os médicos utilizam para ver imagens dos bebês ainda no útero e os sistemas de radar que os pilotos usam para navegar através das tempestades.
A técnica também abre caminho para tecnologias como óculos de visão noturna, inspeção de estruturas submarinas, como oleodutos ou pilares de pontes, e até na esteganografia, a prática de mascarar sinais para fins de segurança.

Ruído nas imagens

Em seu experimento, Fleischer e seu colega Dmitry Dylov primeiro disparam um feixe de laser através de um pequeno pedaço de vidro gravado com números e linhas, semelhantes aos cartões utilizados pelos oftalmologistas.
O laser "imprimiu" a imagem dos números e das linhas em um receptor conectado a um monitor de vídeo, que exibiu claramente o padrão.
A seguir, eles colocaram um pedaço de plástico translúcido entre o vidro e o receptor.
O plástico dispersou a luz do laser antes que ela chegasse ao receptor, tornando o sinal visual tão cheio de ruído que os números e as linhas do padrão tornaram-se irreconhecíveis no monitor, de maneira parecida com o que acontece quando a fumaça ou a neblina obstruem a visão de uma pessoa.

Substância não-linear

A parte essencial da experiência veio quando Fleischer e Dylov colocaram outro objeto no caminho do feixe de laser.
Exatamente na frente do receptor, eles montaram um cristal de niobato de estrôncio e bário (SBN), um material que pertence a uma classe de substâncias conhecidas como "não-lineares" por sua capacidade de alterar o comportamento da luz de forma estranha - neste caso, o cristal não-linear mistura diferentes partes da imagem, permitindo que o sinal e o ruído interajam.
Ajustando uma tensão elétrica sobre o cristal de SBN, os pesquisadores conseguiram de "sintonizar" uma imagem nítida no monitor.
O SBN reuniu os raios que tinham sido espalhados pelo plástico translúcido e usou sua energia para aumentar a nitidez da tênue imagem de linhas e números.
"Nós usamos o ruído para alimentar os sinais," afirma Dylov. "É como se você tirasse uma foto de uma pessoa no escuro, e nós aumentamos o brilho da pessoa e tornamos o fundo mais escuro para que você possa vê-la. O contraste faz com que a pessoa se destaque."
Ressonância estocástica
A técnica, conhecida como "ressonância estocástica", só funciona com uma quantidade determinada de ruído, já que o excesso pode sobrecarregar o sinal.
Com base nos resultados de sua experiência, Fleischer e Dylov desenvolveram uma nova teoria sobre como os sinais cheios de ruido movem-se através de materiais não-lineares, combinando conceitos das áreas de física estatística, teoria da informação e óptica.
Agora eles planejam incorporar sua técnica de processamento de sinais para melhorar a clareza das imagens no campo do imageamento médico, incluindo os exames que usam o som e o ultrassom em vez da luz.


Bibliografia:
Nonlinear self-filtering of noisy images via dynamical stochastic resonance
Dmitry V. Dylov, Jason W. Fleischer
Nature Photonics
March 2010
Vol.: Advance online publication
DOI: 10.1038/nphoton.2010.31
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=ruido-usado-criar-imagens-mais-nitidas&id=010160100412&ebol=sim

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sacos de energia submersos armazenam vento para gerar eletricidade

Os opositores aos investimentos em fontes limpas de energia sabem de cor e salteado os seus argumentos: "Energia solar e energia eólica dependem de fatores naturais, e a economia não pode parar à noite ou quando o vento deixar de soprar," dizem eles.


De fato, as baterias atuais ainda não são boas o suficiente para armazenar a energia solar para seu uso noturno. E, ainda que turbinas eólicas inteligentes possam prever o vento, elas não são muito úteis nos momentos de calmaria.

Armazenar o vento

Mas, embora "armazenar o Sol" seja um problema mais sério, armazenar o vento é muito mais simples - basta guardá-lo na forma de ar comprimido e colocá-lo para soprar as turbinas nos momentos de baixa intensidade do vento.

Esta pelo menos é a solução apresentada pelo professor Seamus Garvey, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra. Ele está tão confiante em sua proposta que fundou uma empresa, a Nimrod Energy, para tentar vender a ideia.

A proposta é simples: usar gigantescas turbinas de vento para comprimir e bombear o ar para gigantescos "sacos de energia", que é como o Dr. Garvey chama estruturas flexíveis enormes, que ele pretende colocar no fundo do mar ou em cavernas.

O ar sob alta pressão poderá ser direcionado para conjuntos de turbinas que irão gerar a eletricidade quando necessário.

Fazendas de energia

As "fazendas de energia" a ar comprimido poderão ser conjugadas com as "fazendas de vento", garantindo que a planta supra energia para a rede elétrica continuamente. Ou podem se transformar em empreendimentos independentes, que poderão vender energia para os distribuidores sob demanda.

E ao falar em turbinas gigantescas, o Dr. Garvey não está exagerando. A menor de suas propostas envolve o uso de uma turbina de vento de 230 metros de diâmetro, o que seria necessário acumular ar suficiente para viabilizar economicamente o projeto.

Segundo o pesquisador, a alternativa de geração de energia limpa mais próxima da viabilidade até agora são as hidrelétricas marinhas, que usam água sob pressão para gerar a eletricidade. Contudo, diz ele, seu projeto é capaz de produzir energia até 20% mais barata do que a hidreletricidade marinha.

Sacos de energia

"O fato de que o diâmetro das turbinas de vento tradicional cresceram exponencialmente até 2005, e depois pararam de crescer abruptamente, é uma forte indicação de que os projetos convencionais de energia eólica atingiram seus limites naturais e que o campo precisa urgentemente de novas ideias," diz o pesquisador.

O primeiro protótipo dos "sacos de energia", em escala reduzida, já está sendo construído, devendo gerar seus primeiros watts em 2011.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=energia-eolica-ar-comprimido&id=010115100329&ebol=sim